Um futuro que chega cada vez mais rápido

Um futuro que chega cada vez mais rápido

Futuro, transição energética, quarta revolução industrial, tecnologias disruptivas, choque de demanda de energia, carros elétricos, baterias, parques híbridos, parques eólicos offshore no Brasil. Estas certamente foram algumas das expressões mais presentes durante os três dias de discussões do Brazil Wind Power 2018, cuja grade do Congresso foi montada com o objetivo principal de debater os desafios desse futuro tão inovador e que chega cada vez mais rápido. O que queríamos era ter um evento que levantasse novas perguntas, que nos tirasse um pouco da zona de conforto. Acredito que atingimos nosso objetivo.

Recebemos mais de 3000 pessoas, entre palestrantes, expositores, visitantes e autoridades do setor eólico nacional e internacional. Foram mais de 80 empresas presentes no evento, representando toda a cadeia produtiva do setor eólico nacional. Foi, portanto, uma oportunidade perfeita para analisar os desafios que estão chegando numa velocidade cada vez maior.

O painel de abertura deu o tom para todas as outras discussões do Congresso, já que falou de quarta revolução industrial, Wind 4.0, carros elétricos, tendências de crescimento das energias renováveis de baixo impacto, futuro da eólica no mundo, novas tecnologias do setor elétrico, entre outros temas de inovação. Como nos anos anteriores, a ABEEólica abriu o segundo dia do evento discutindo os principais desafios do setor com ONS, ANEEL, CCEE, EPE e MME, reunindo, assim, num mesmo painel os órgãos de governo mais importantes para o setor elétrico.

Um dos painéis que mais chamou a atenção foi a da queda de preços das energias renováveis. Ricardo Gorini, da IRENA, apresentou os principais pontos do relatório “Renewable Power Generation Costs in 2017”. Na sequência, o objetivo dos painelistas era debater os porquês de esta queda de preços não chegar ao consumidor, especialmente no caso do Brasil em que a eólica tem sido a fonte mais competitiva e que cresce cada vez mais na matriz elétrica, ocupando já a terceira posição e, em breve, a segunda. Como todos sabemos, a precificação da tarifa ao consumidor é um tema complexo e de alta relevância numa reforma do setor elétrico e entendo que foi fundamental dedicar tempo para discuti-lo em nosso congresso, com essa visão de futuro.

“Choque de demanda” foi outro tema muito interessante para ajudar nesta visão do futuro, já que mostrou um cenário em que novas tecnologias como os veículos elétricos vão demandar mais energia do sistema. Além de empresas e acadêmicos, este painel também contou com a presença da ANEEL, órgão fundamental neste debate que envolve desafios de regulamentação.

Importante mencionar, ainda, a fundamental discussão sobre o papel da energia eólica neste futuro que queremos construir. Também neste ponto temos inúmeros desafios relacionados às desigualdades sociais e problemas ambientais e a fonte eólica, de presença cada vez mais consolidada, tem uma importante responsabilidade e deve assumir protagonismo para debater tais temas. Foi com muito prazer que estive neste painel dialongando sobre este assunto tão essencial com outras líderes em seus campos de atuação: Maristela Marques Baioni, do Programa do PNUD no Brasil; Marina Grossi, Presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), e a ministra Izabella Teixeira, Copresidente do Painel Internacional de Recursos da ONU.

Uma novidade na grade deste ano foi a discussão de eólicas offshore no Brasil, com a apresentação de um projeto piloto da Petrobras É a primeira vez que este tema foi levado ao Congresso e nossa intenção era questionar se há ou não futuro para as offshores no Brasil. Sabíamos que este seria um painel de muito mais perguntas que respostas e avalio que começamos ali um debate muito importante. Este painel chamou muita atenção, sendo o último do evento e com público relevante e bastante interessado. A certeza de que nos ficou da discussão de offshore é que acertamos ao começá-la neste momento, já que esta é uma tecnologia de longo desenvolvido e que, ainda que não seja necessária agora, pode ser uma opção interessante no futuro.

Vale, ainda, mencionar que a ABEEólica apresentou os principais pontos sobre Mercado Livre discutidos em evento anterior realizado pela associação. Também estiveram presentes na grade os painéis tradicionais que debatem alternativas de financiamento e desafios da cadeia produtiva.

Como presenciamos nos três dias do Congresso do BWP 2018, são inúmeros os desafios que chegam com tantas inovações tecnológicas e precisamos que empresários, instituições, ONGs, acadêmicos e governos trabalhem juntos: a diversidade de saberes e de opiniões é nossa melhor estratégia diante da complexidade deste futuro.

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Fonte: www.osetoreletrico.com.br