Os riscos do material elétrico pirata

Os riscos do material elétrico pirata

Curtos-circuitos e incêndios estão entre as conseqüências do uso desses materiais

O Brasil registrou perda de R$ 193 bilhões para o mercado pirata em 2018, 30% a mais do que no ano anterior, segundo o Fórum Nacional de Combate à Pirataria e Ilegalidade (FNCP). Entre os setores mais atingidos estão o de vestuário, combustíveis, brinquedos e medicamentos, assim como o de materiais elétricos e construção civil que, além de prejuízos, geram riscos graves aos consumidores.

O engenheiro eletricista e coordenador de ensino do Centro de Capacitação em Tecnologia – CCT do Grupo Loja Elétrica, João Carlos Lima, explica que produtos elétricos falsificados não seguem as especificações dos órgãos reguladores e nem passam por testes de qualidade, “por isso, a sua utilização aumenta o consumo de energia e, principalmente, a probabilidade de sobreaquecimentos e curtos-circuitos na rede elétrica, que podem levar a incêndios, colocando em risco seu patrimônio e, acima de tudo, a vida da sua família”, alerta.

O meio ambiente também sofre consequências, pois, a fim de ter os custos reduzidos, utilizam-se na fabricação desses produtos, matérias-primas prejudiciais, como o chumbo e o cádmio. “Esses materiais tem um custo menor do que os originais, porém duram menos e estão sujeitos a falhas, reduzindo a segurança das pessoas”, conta.

Ainda segundo o engenheiro, para se prevenir do risco de comprar material elétrico pirata e não acabar comprando “gato por lebre” é de fundamental importância que o consumidor siga os seguintes critérios:

 

  • Assegure-se de que está comprando em um distribuidor autorizado;
  • Confira se os equipamentos estão devidamente certificados pelo INMETRO;
  • Exija nota fiscal e comprovante de garantia, que são indispensáveis para qualquer reclamação ou troca;
  • Verifique a política de garantia e o manual do usuário. É muito importante ler estes documentos antes de usar qualquer equipamento ou instalar qualquer componente;
  • Verifique a etiqueta de identificação com número de série à prova de violação e, confira se é a mesma que vem na garantia;
  • Desconfie de preços muito baixos, esse é o principal indício de que se trata de produtos piratas, ilegais, de contrabando ou clonados;

 

Outros prejuízos

João Carlos alerta que, alguns produtos como os condutores elétricos, devido aos altos preços do cobre, costumam ser furtados, vendidos e transformados em produtos piratas. “Esses não são certificados e costumam ser misturados com outros metais. Essa mistura compromete as características elétricas, reduzindo a capacidade de condução de corrente, provocando aquecimento excessivo, aumentando o consumo de energia e prejudicando o funcionamento dos equipamentos”, conta.

Além disso, frequentemente encontramos condutores não certificados sendo vendidos com medidas adulteradas. “Um rolo de fio etiquetado, com comprimento de 100 metros, costuma ser vendido com 95metros. Nesse caso, os mais prejudicados são a construtoras que compram grandes quantidades”, alerta. Uma dica, para evitar as fraudes, é prestar atenção ao peso. Lima conta que, um rolo de 100m de cabo flexível, cuja seção nominal seja de 6 mm², por exemplo, pesa cerca de 6 kg

Fios e cabos desbitolados, ou seja, aqueles com diâmetro maior do que as especificações do produto, também são bastante comercializados irregularmente e produzem sobreaquecimentos, que podem gerar incêndios.

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Fonte: www.osetoreletrico.com.br