O mercado de trabalho para energia eólica

O mercado de trabalho para energia eólica

por Elbia Gannoum*

Como sabemos, estamos vivendo grandes mudanças no setor elétrico com uma inserção cada vez maior de energias renováveis de baixo impacto, como é o caso da energia eólica. E toda grande mudança, seja ela qual for, pede profissionais comprometidos e com conhecimentos que possam sustentar este movimento e trabalhar pelo seu sucesso. Por isso, acho fundamental discutir a importância do investimento em conhecimento técnico e especializações para os trabalhadores do setor eólico, que é um negócio que exige profissionais sempre antenados com as inovações e novas tecnologias, tanto no que se refere aos próprios equipamentos quanto sobre as novidades em relação a novos modelos de negócio e de gestão.

Dentre tantas possibilidades de atuação nesta indústria, sinto que os profissionais que gostariam de fazer parte deste universo podem ter um pouco de dificuldade de identificar quais seriam os melhores caminhos para percorrer e que habilidades deveriam ser desenvolvidas. Por isso, tanto para os que já estão na indústria quanto para os que estão pensando em entrar, sugiro consultar o “Mapa de Carreiras da Indústria Eólica”, realizado pela ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial), com apoio da FGV Projetos e que está disponível no http://sitesinteligencia.abdi.com.br/ sites/carreiras-eolica/

No mapa, é possível explorar a ampla diversidade de ocupações existente no setor de energia eólica. Ele também oferece uma descrição detalhada das possibilidades de emprego, gráficos de possíveis progressões entre eles, valores médios de salário e identificação do que seria necessário para estes avanços. As oportunidades de trabalho na indústria eólica são variadas e podemos dividi- las em cinco grandes áreas: desenvolvimento de projetos; manufatura; construção e montagem; operação e manutenção e ensino e pesquisa. Em cada uma dessas áreas, há inúmeras ocupações, com explicações do que elas significam, em que consiste o trabalho, o salário médio, as experiências necessárias, conhecimento técnico, dentre outras informações.

Em seu Relatório Anual, o Conselho Global de Energia Eólica (Global Wind Energy Council – GWEC) mostra que a eólica é uma indústria madura, competindo com sucesso no mercado mundial e avançando de forma consistente. A energia eólica é hoje uma indústria presente em mais de 90 países, 30 dos quais com mais de 1GW instalados e nove com mais de 10GWs, como é o caso do Brasil, que tem 15,1GW de capacidade instalada e ocupa o 8º lugar no Ranking Mundial.

O GWEC acredita que, tanto em projetos onshore quanto offshore, a energia eólica é a chave para definir um futuro energético sustentável. E, no Brasil, o fato é que essa indústria segue de vento em popa. Estamos batendo recordes atrás de recordes, chegando a atender mais de 85% do Nordeste e seguimos instalando mais e mais parques. Há 10 anos, tínhamos pouco mais de 0,6GW instalados e estamos chegando neste segundo semestre de 2019 com 15,1GW de capacidade instalada em mais 600 parques e com 7.500 aerogeradores em operação. Até 2023, teremos, pelo menos, 21GW de capacidade instalada. Digo “pelo menos” porque este valor contém apenas as quantidades dos leilões já realizados no mercado regulado. O mercado livre vem crescendo muito também e impacta nestas previsões, aumentando os valores.

O futuro, portanto, é promissor para a fonte eólica e para os profissionais que nela trabalham. O Brasil tem um dos melhores ventos do mundo para a produção de energia eólica e os profissionais podem aproveitar esses nossos bons ventos, investindo em conhecimento, cursos técnicos e muita dedicação.


  • Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)

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Fonte: www.osetoreletrico.com.br