21 maio Com segunda chamada em andamento, Sandboxes Tarifários da distribuição vai ouvir o consumidor
O coordenador do P&D fala sobre os projetos em andamento e as perspectivas para os próximos passos
Um ano e meio após o início da 1ª Chamada Pública para execução de projetos pilotos de tarifas, o P&D Governança de Sandboxes Tarifários vai ouvir o consumidor de energia. Para o coordenador da iniciativa, Lindemberg Reis, esta é uma etapa de grande relevância para os experimentos tarifários. A iniciativa será executada ao longo dos próximos meses, com expectativa de resultados mais completos entre agosto e setembro de 2024. A ideia é verificar a percepção do usuário em relação às tarifas, a propensão a entender novas modalidades tarifárias e, principalmente, responder a elas. Leia os principais pontos da entrevista:
Como você avalia o desempenho do projeto até aqui? Já temos cerca de um ano e meio de projeto, e nesse tempo, tivemos duas chamadas. Os projetos da primeira chamada já estão consolidados. Temos o projeto aprovado pela Energisa, que vai trabalhar a tarifa time of use e o pré-pagamento; o da Equatorial, que vai trabalhar com a tarifa com sinais locacionais; o projeto da Enel com tarifa trinômia; e o da EDP com tarifas binômias e trinômias.
São 4 projetos que já estão estruturados e em andamento. Esperamos que em setembro de 2024 tenha o início das medições em campo, que é um fato extremamente relevante. A primeira empresa que vai fazer é a Energisa, na área de concessão da Energisa Sul-Sudeste.
É uma grata surpresa porque ainda esse ano veremos os experimentos em campo e começaremos a ter coleta dessas informações. Na sequência, as outras empresas também farão suas coletas de dados. Inclusive, a Energisa, por ter sido a primeira empresa a assinar o projeto de P&D, já forneceu à ANEEL o relatório octomestral, conforme prevê a Resolução Normativa 966/2021.
Você pode dar mais detalhes sobre a pesquisa com os consumidores? Temos uma nova frente em andamento, que é uma pesquisa qualitativa com os usuários de energia. A Innovare iniciou esse processo no primeiro trimestre deste ano. No final de abril começamos as interlocuções com o que se chama de grupos de discussões, que nos darão a dimensão de quanto os diversos usuários de energia conhecem a tarifa, e quanto eles estão propensos a mudar seus hábitos de consumo em face de novos sinais tarifários.
A ideia é abordar os mais diversos usuários, desde os que têm rendas mais baixas, até os com rendas mais elevadas, ou níveis de escolaridades distintos. É um questionário que está sendo desenvolvido para ser aplicado em 30 grupos de discussão: 20 grupos de usuários residenciais e outros 10 grupos de usuários rurais.
A iniciativa será executada ao longo dos próximos meses e esperamos, já entre agosto e setembro de 2024, ter resultados sobre a percepção do usuário em relação às tarifas, a propensão a entender novas modalidades tarifárias e, principalmente, responder a elas.
Como está a 2ª Chamada Pública? Enquanto na primeira chamada nós tivemos 6 projetos aprovados e 4 que de fato se concretizaram, nesta segunda chamada, a ANEEL recebeu 5 propostas de projetos, oriundas de 4 grupos econômicos (Cemig, Copel, Energisa e Light). Essas propostas foram avaliadas e o projeto de governança propôs a aprovação de todos. Alguns até possuem determinadas ressalvas, mas, em geral, os projetos da 2ª Chamada foram bem desenhados.
E qual será o próximo passo? Nosso posicionamento já foi enviado à ANEEL, e obviamente, a deliberação final depende dela. Mas fato é que, em comparação com a primeira chamada, esses projetos vieram bem mais estruturados. Portanto, a gente entende que eles podem prosperar.
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Fonte: www.osetoreletrico.com.br