14 nov A importância do ponto de conexão – parte 2
Na edição de outubro de 2017 apresentávamos algumas ponderações sobre a importância do ponto de conexão ou ponto de acoplamento comum entre as distribuidoras e os consumidores, sejam eles quais forem, desde residências até grandes indústrias, cada qual com as suas particularidades. O artigo está disponível no link: https://www.osetoreletrico.com.br/importancia-do-ponto-de-conexao/. Um ano depois, vale a pena revisitar o assunto, uma vez que outros pontos devem ser reavaliados, além daqueles tratados no cumprimento dos limites e desafios com a geração distribuída na oportunidade desenvolvidos.
Medições elétricas e instrumentação
Os modelos clássicos de alimentação das instalações por parte das distribuidoras possuem logo após o ponto de conexão ou de acoplamento um sistema de medição relacionado ao faturamento da energia. Este sistema deve ser inviolável e de acesso permitido somente à própria distribuidora que ainda fornece ou afere os TC´s e outros acessórios se aplicáveis. Naturalmente, os sistemas de conexão, medição e distribuição da energia variam em função das distintas tipologias da alimentação, níveis de tensão de alimentação, existências de subestações próprias e mesmo o desenvolvimento de outros modelos mais novos que são adotados em função da disponibilização e maturação das tecnologias, como os sistemas prediais em baixa tensão com barramentos blindados e medidores nos pavimentos conectados em rede de comunicação que evitam a função de leitura manual, além da própria viabilidade com vistas às instalações elétricas. Os “segmentos” da instalação em que são instaladas as linhas elétricas e outros componentes antes da medição são também tratados por “correntes não medidas” e outras terminologias assemelhadas.
Os desafios dos novos usos da eletricidade, automação, smart-grid e IoT
Os novos modelos de fornecimento e uso da eletricidade têm uma natural relação com os modelos de instalações a serem aplicados, pontos de conexão, medição de energia e outros, assim como a geração distribuída prescinde da medição “bidirecional” que possibilita a leitura da energia consumida pela carga e gerada pela fonte do mesmo consumidor, mantendo-se a inviolabilidade de acesso às “correntes não medidas”.
Novos desafios estão chegando ao mercado e as novas instalações deverão estar prontas não só para serem conectadas a sistemas próprios de GD, mas a sistemas de armazenamento de energia (storage), como também para alimentar e se conectar, por exemplo, a estações de carregamento de baterias para carros elétricos que também poderão ser aplicados na alimentação das cargas da instalação (agora fonte e não mais carga). Um grande “troca-troca” de energias, tarifas e regulações.
A necessária integração das instalações e informações entre as distribuidoras e os consumidores
Os requisitos de controle do sistema, aspectos de gestão das cargas e da monitoração da qualidade de energia dependem de uma integração mais próxima entre as distribuidoras e consumidores. Esta integração depende do atendimento das necessidades das duas partes e a conveniente troca de serviços, disponibilidades e informações técnicas. Enquanto o consumidor precisa de sinais de TC´s e TP´s das distribuidoras para alimentar seus instrumentos de monitoração e controle, gerenciar suas cargas, garantir que a demanda está conforme a previsão e mesmo acionar os seus filtros junto ao ponto de conexão, a distribuidora certamente faria bom uso da informação disponível nestes sistemas implantados pelos clientes por meio do acesso ao comportamento das variáveis elétricas em tempo real e histórico no ponto de conexão, aspectos de qualidade de energia e interrupções de fornecimento (DIC, FIC, FI), atendimento as normas, forma de uso de sua infraestrutura e outros pontos que possam ser disponibilizados. O paradigma da inviolabilidade deve ser repensado, mantendo naturalmente a qualidade e confiabilidade da instalação, porém de forma que busque uma gestão mais integrada. Os recursos atuais permitem tal avanço. Basta coragem e disposição! Em tempo: operação ilhada sem distribuidora, pense antes na potência de curto circuito, instrumento fundamental para a regulação da tensão adequada.
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